Sombrio era o cheiro de gás de cozinha, 01:31 da madrugada, brasileiros dormiam cientes em suas confortáveis camas e ele lá, em pé, apenas com a cueca dourada, enfeitada com uma bela ereção. A gaveta era branca, e o puxador maciço. Tão reconfortante era o silêncio, e estridente era o latido dos cachorros próximos. O ódio percorria suas veias, o rancor fluía, gotas de suor percorriam seu rosto delicado e simétrico, os dentes rangiam, a sensibilidade interior gritava, prestes a explodir.
Os fatos eram implícitos na memória, recuava todas as lembranças cruéis de um dia difícil e decepções sarcásticas, caçoado ele era. Sua aparência pálida, decidido a seguir em frente, descartando o cansaço e a falta de inspiração para criar uma morte objetiva que seja decorada a mídia como algo inovador, (sempre foi seu sonho, não apenas morrer por morrer) aquela dor que pulsava se tornava impossível de agüentar.
O suicídio, mais uma forma de fugir dos problemas e arrancar aquela dor, mas o problema era não apenas arrancar a dor, mas sim a vida, fato! Ótimo, sua vida era a dor, considerando os fatos não tinha o que perder. Ainda em pé e aquela ereção sem motivação continuava lá, firme, incomodado o rapaz que estava prestes a ter seu sangue espalhado por todo laminado verniz.
Mas que coincidência, era um fato bizarro, seu pênis apontava para a gaveta cheia de objetos cortantes que com certeza não ajudariam a prolongar uma vida, pensa ele "quem sabe seja um sinal corte alguma veia fatal e morra!".
Ele abre a gaveta e lá ele vê todos os talheres perfeitamente arrumados, como sua fixação por limpeza e organização, sua mão se direciona para as facas á direita, mas a da fileira do meio uma voz grita pelo seu nome. Assustado, uma ilusão? É claro, mas naquele estado a última coisa seria perceber o desequilíbrio que se encontrava.
Na fileira do meio ficavam as colheres, o rapaz pega duas colheres na mão, brilhantes, que material era aquele não importava, seu reflexo fosco contratava entre o cabo e sua mão, a colher pergunta:
- Seria um caso lógico entre o ódio momentâneo, levando a covardia fatal não levar seus sonhos a diante?
Era de se assustar, mas a insanidade do moço ainda ia longe e o diálogo aí começava:
- Meu vício e meu orgulho acabam de ser pisoteado, traído, mal feito e minha vida está começando a desmoronar nesse momento, vocês me questionam se devo ou não fazer? È claro que a decisão está feita, fazendo o favor das meninas voltarem aos seu lugar e me deixar morrer em paz ao mínimo com o talher certo?
- Que entojação! Hipócrita, imbecil, medíocre! Morra! Coloque-me no lugar e morra então se é este o seu desejo, sua proteção ás palavras alheias em fim acabou? Bem vindo ao mundo meu amigo! Lembraremos da nossa infância, a vida de uma colher é sofrida e muito prolongada, agora veja bem, o senhor apenas não tem as coisas em total eixo, então se esse é motivo pra acabar com sonhos e amores, vá em frente.
O sarcasmo da colher afastou o nevoeiro do desejo pela morte, e ele começou a pensar, enfim, não é esse o fim que sempre desejou. Seu sonho era morrer com classe, elegância, se destacando entre os outros, o terceiro ano estava no fim e uma nova etapa de vida começava.
Aquela conversa inebriante com seu sub-consciente acabara de salvar suas vidas a a lição pra si mesmo era simplesmente pensar e pensar sempre antes de agira á qualquer coisa.
O rapaz coloca os talheres de volta no lugar, aquele curto diálogo com as colheres o fez se sentir bem, proporcionava a si mesmo um belo sorriso em seu rosto, sabia ele como tudo podia ser diferente, bastava a ele impor e correr atrás do que era necessário. Ele fecha a gaveta, desliga o gás e se senta ao chão. Mas que surpresa, aquela ereção continuava lá! Ele tira sua cueca, liberando toda a sua excitação, se masturba prolongadamente, expelindo o melhor orgasmo da sua vida.
AHH *-------* e ganhei este selo da Bem resolvida, obrigado obrigado!

*Conceito: Esse Mimo são para aqueles editores de blog que tratam muito bem seus colegas, sejam iniciantes ou já antigos na blogosfera, são para os blogs que conquistam corações!
Repasso para: G. Sontachi, Biaah, Dantas e Tatah marley.