sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fingimento estatal


O amor, ah sim, o amor
ele olhou pra mim com aquela cara de deboche
acho que eu sorri, não lembro
mas eu já estava embriagado com o sentimento.

Ele me falou algo do paraíso, e me expressou um repúdio
sem estímulos, queria só relatar a presa
de propósito incúgruo
nada além de torturar infame presença indesejada.

Sai daqui! Eu não te quero comigo!
então vi tantas coisas que as retinas duvidavam
ouvi cantos dos pássaros e cítaras plangentes
mas eu sei que nisso tudo havia uma lógica, sensata e prudente.

Mas essa prudência toda era pra mim?
Quem sabe eu não merecesse esse paraíso, não para mim
tudo bem tudo bem, é um claro e tão escuro, devo seguir
não posso julgar o brado por duro

Se afaste, corra pra longe!
Aos passo que a realidade marchava em minha direção
as sensações fugazes sobre o amor se dilaceravam
os dias coloridos e inquietos tornaram-se, com e sem ação

Então eu decido, não quero e não preciso
quem sabe por enquanto, retardarei o enredo
em apenas uma mercadoria tão sutil e sem vida eu me apego
não, na verdade não me apego, ofereço despido o conceito amoroso.

Acho desnecessário, não quero isso! Vai ver eu nem ame
Mas enquanto, espero a minha casinha branca
de varanda afrodisíaca, enfeitada com as tarde de outono
confortável e a amável.

Mas quem diria? O amor nem é tão importante assim.

fim.