domingo, 12 de outubro de 2008

Incompreensão humana


Convulsão facultativa, se altera dentro de mim, abre horizontes, rompe fronteiras. Estaria finalmente chegado a hora? Não poderia mais ocultar fatos crus de uma provável indefinição nada estável? Saberia eu que a dúvida me deixaria dias sem dormir. O tempo me cansa, o dia é tão triste que mesmo a incerteza de que eu irei deitar e acordar talvez não me fizesse partido. Queria eu me esconder, sumir, o mundo poderia descolorir, cores, vida e felicidade não se fazia mais presente.

A perca do sono me acarretava cada vez mais, tal ladrilho do banheiro branco, cujo reflexo do amanhecer me ofuscava os olhos. O que eu mais tinha vontade era de furtar, furtar todas aquelas coisa que me afligiam, ocorrendo em si uma coisa espessa, gritava uma perda "chame o médico, não quero ir embora", era mais um pensamento inefável que se diluía na atmosfera pesada que me cercasse.

Custa-me a chegar estatelado ao relento, deitado ao brilho do luar, a pressa se esvaia, entre os objetos confusos que me faziam raciocinar nada mais era concreto, quem sabe as coisas sumiram do nada. Cores se procuram, suavemente se enlaçam e se tocam, formam uma aquarela mágica, sabendo que alguma coisa ainda faz sentido.

Mal teria eu me rendido ao princípio eficaz da dor, em que ao sentir o rumor de viver me dava náuseas, era tudo que me cercava ódio de tudo e todos, tão sutil e simples, um ódio que me corroia. Os olhares que me procuravam o engano morador que me ofendia, o triste fim da eterna incompreensão humana, prosseguem, e eu sei! Nada disso vai parar NUNCA, até a eternidade. Dizer que não fazem à diferença? Maldita mentira para mim mesmo, nada leva a lugar algum.

Resmungam altos e baixos na flor da pele, os nervos que pulsavam incontrolavelmente e minha mente que não fazia mais propriedade ao meu corpo se acalmavam e tudo se transformava em o fim de um pesadelo. Estava lá eu, prestes a acordar e eu sabia disso. A única alternativa que me restava era levantar a cabeça e seguir em frente, estatelar-se ao singelo luar que me confortava, doce ilusão, tentar esquecer dessa sociedade indecente e medíocre.

Acordo de um pesadelo real, algo condensa o ambiente, confusa responsabilidade que me seguia pra sempre, eu não tinha escolhido aquilo, tudo não passava de um inconsciente revoltado e sombrio, queria que as coisas acontecessem assim. Não reclamo, pelo contrário, me orgulho disso, símbolos de auto poder desafiarão-me ao eterno.

Essência de cor dourada, era tudo perfeito, minha opção era apenas seguir e seguir, quanto a isso? A única conclusão que eu posso chegar é a uma certa comparação, sem nexo HUMANIDADE, SOCIEDADE = LIXO, justifico. Nem essa comparação me traz uma condição de passar a qual sentimento que me atormentava, o lixo ao menos pode ser reciclado e reaproveitado, restos de comida destinam-se a vários fins naturais, agora a humanidade? Isso sim será o fantasma oculto presente na vida de cada um no seu dia a dia distribuindo o mal estar e o desespero




E aqui estou eu, com mais um estilhaço, alimentando novamente aos meus queridos insetos. Estava realmente sem tempo para o blog, acredito que agora volte a postar regularmente aqui. Obrigado pela atenção.