terça-feira, 23 de setembro de 2008

Blog desativado

O insetoscoloridos.blogspot está desativado temporariamente. (não por muito)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O parque de inversão

Bizarro era o trem fantasma em que todos saiam sem expressão, a roda gigante não era em pé, na horizontal, girava em alta velocidade, o "kamikaze" não girava de ponta cabeça, os carrinhos de choque não se chocavam, os palhaços eram tristes, no lugar de pipoca vendia-se frutas tropicais, tudo era ao avesso.

Dentro das proporções, sentimentos eram inexistentes para a menina, a felicidade não era presente, a tristeza não a rondava, o choro nunca fora derramado, o ódio não atormentava sorrisos não eram expressos, nervosismo não existia para ser contido, esperança não era necessário, mas lá a vida se vivia em paz, sem destino e sem motivo as pessoas faziam sexo e reproduziam o amor não era nem fascinação nem desespero. Lá tudo inacreditavelmente era bom, mesmo sem entender o que realmente a realidade proporcionava naquele mundo não havia a necessidade de matar, nem roubar e muito menos proporcionar sofrimento ao próximo.

Soaria estranho criar um próprio mundo, viver nele, não se preocupar com a opinião alheia, seguir em frente sem olhar pra trás, fingir que más companhias não se fazia presente no mundo? Talvez. A menina assim era feliz.

Chovia lá fora, tudo parecia um soneto divino, entre os carros lá estacionados e as pessoas que passavam rapidamente sem a notar era um caus, "Será que existo mesmo?" perguntava incessantemente a garota confusa. As pessoas podiam passar por cima dela sem ao menos sentir a sua caatinga que exalava no ar daquela cidade poluída.

A menina percebeu, que enfim ela tinha cordado daquele sonho maravilhoso e de nada mais adiantava criar uma cápsula ao redor de si mesma, deixando a morte para trás e relevando o que ela realmente sentia, nada mais dava certo, reprimir o ódio para si mesma para não ferir os próximos não era mais a solução e sim o sofrimento.

Ela andou a esmo, refletia o sinal de exaustão na sua face sofrida, adolescente sem coração, aquele vazio que tinha dentro de si era uma coisa nova, nunca sentida antes. Medonho era as pessoas que fazia de tudo para seu próprio bem.

Avistando ao longe aquela multidão de gente, o dia já escurecia, o pôr do Sol proporcionava uma leve brisa que aprisionava toda sua empolgação pelas cores que floresciam da noite em um mundo real, onde as pessoas estavam todas sorrindo.

A alegria agora a servia de farol, doía nela pensar que havia perdido o melhor da vida vivendo em um mundo ás avessas, o brilho único, individual, maravilha sem igual, sabia que já tinha a coragem (ou achava que tinha) de encarar tudo como tinha que ser e tomar conta de si mesma.

Luz fria do anoitecer, luz neon em seus cabelos, belezas, dores e alegrias, passavam tudo por um som, àquela descoberta de como é bom sentir as coisas a impulsionava em seguir este caminho. Logo ela notou, era um parque de diversão, muito diferente de onde ela morava nada era igual, um vendaval de descobertas a arrastava.

- oi
- oi
- você é sempre feliz?
- não
- então por que você cria uma falsa impressão para as pessoas?
- elas vem aqui para se divertir
- e se elas perceberem a sua tristeza
- de que mundo você é garota?
- não sinto
- sou incolor e transparente, posso ser muito falso quando quero

Encerrou a conversa com o palhaço, a menina degustava de cada palavra de infelicidade, uma tempestade de tristeza a arrombava, ela saia correndo de lá, atravessava a rua com lágrimas no rosto, coisa que nunca tinha sido sentida, a maré de ilusão não se alastrava mais.
Aquele carro amarelado com vidros escuros chamava pelo nome dela, simplesmente era a solução, ficar parada e conversar com um novo amigo, quando a garota sente deu estômago comprimir e espremer-se contra os outros órgãos e o sangue percorrer seu sistema digestivo, o impacto da cabeça com o áspero asfalto criava uma nostalgia e embasava a visão, era o fim e o início da vida.

Espalhafatoso era aquele lapso de razão e noção atormentava tudo, seu paraíso era perdido, amar era pecado, sofrer era o básico o preto e branco tomava conta, era a vida, a vida da inversão, mas até que ponto tudo era realidade? O que foi vivido?
Isso ela não sabia, só o que a ingênua garota queria era descansar e não presenciar mais nenhum sentimento que pudesse lhe causar dor.

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Ganhei este selo da Xu, agradeço muito. Repasso para: Max Psycho e Ingridi


Recebi da bem resolvida, obrigado :D Repasso para: Xu, Tatah Marley e Jôji.

ps.: fiquei um tempo sem posta porque realmente não tive tempo.